A coordenação do Programa de Avaliação de Kits para Coronavírus, iniciativa que engloba entidades do segmento laboratorial, com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Saúde e diversas entidades do setor de Saúde, vem a público para manifestar seu repúdio às declarações da microbiologista Natalia Pasternak, entrevistada pelo programa Roda Viva, da última segunda-feira (29/06), veiculado na TV Cultura, TV Educativa e redes coligadas.
O Programa de Avaliação de Kits para Coronavírus reúne entidades como a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL).
Na edição do dia 29/06 do Roda Viva, a microbiologista Natália Pasternak falou sobre a ineficácia dos testes sorológicos, inclusive testes rápidos vendidos em farmácias. De acordo com a microbiologista “a maioria desses testes rápidos de farmácia não é bom. Eles são ruins. Além de tudo a qualidade deles é duvidosa, a sensibilidade deles é baixa, eles podem dar muito erro de falso-positivo, como de falso-negativo”.
Tais declarações não se coadunam com a verdade, uma vez que existe o teste certo, para o momento certo e para o paciente certo. Tal decisão, sobre a escolha do teste a ser usado deve ser dada por profissional de saúde habilitado, já que não se trata de autoteste.
Falar que testes sorológicos não servem para nada é uma posição pessoal da microbiologista e não retrata a realidade, como comprovam as práticas clínicas e protocolos existentes para o diagnóstico da COVID-19.
Todos os testes disponíveis no mercado são submetidos à Anvisa – que responde pelo registro e eventuais situações de tecnovigilância, além de estarem em avaliação pelo Programa acima mencionado, com amostras da vida real de pacientes hospitalizados com o COVID-19. Tais resultados (disponíveis no site www.testecovid19.org) mostram os testes com melhor performance, mas indicando que, de uma forma geral, a maioria conta com boa especificidade (pouca chance de falsos positivos).
Cabe lembrar também que os testes moleculares não são a única forma de enfrentarmos o problema, uma vez que sua função é fazer o diagnóstico da infecção na sua fase ativa, sendo que o teste se negativa, em média, após quatro semanas do início dos sintomas (fase convalescente). Ou seja, após este período torna-se de pouco, ou nenhum valor, a sua realização.
Portanto, colocar toda uma categoria de testes, com tecnologias já consagradas na literatura e confirmadas pelo uso de inúmeros laboratórios públicos e privados, que têm como missão dar respostas efetivas às dúvidas frente ao desafio do diagnóstico, nos soa como visão de horizonte limitado.
Por fim, é fundamental esclarecer que apenas uma boa cobertura de testagem poderá nos dar uma fotografia correta da pandemia. O alcance de um quadro clínico adequado e controle abrangente se fará pela combinação dos diferentes testes e tecnologias existentes, por meio de um esforço combinado dos diversos atores nas esferas pública e privada, a saber:
Testes de detecção viral:
- RT PCR ou
- Antígeno (fluorescência ou imunocromatográfico)
Testes de detecção de anticorpos (IgA, IgM, IgG ou Ig Total)
- Imunocromatográfico
- ELISA
- Fluorescência
- Eletroquimioluminescência
- Quimioluminescência
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