Durante o VI Workshop Internacional, realizado entre os dias 15 e 16 de setembro, no Costão do Santinho Resort, em Florianópolis, Santa Catarina, representantes do Peru, Bolívia e Brasil falaram sobre o uso dos testes rápidos e do controle de doenças na América Latina.
O encontro foi organizado pela Aliança Latino-Americana para o Desenvolvimento do Diagnóstico In Vitro (ALADDIV), em conjunto com o The International Diagnostics Centre e a London School of Hygiene & Tropical Medicine, com apoio da Aldimed e da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL).
A representante do Peru, Lourdes Ramos, falou sobre os testes rápidos em mulheres e gestantes para a detecção de HIV, além do monitoramento da resistência antimicrobiana para doenças como malária, tuberculose e doenças sexualmente transmissíveis. “É necessário aperfeiçoar a vigilância epidemiológica, estudar mais os surtos, ajudar a desenvolver melhores programas de saúde pública, além de desenvolver novas tecnologias de diagnóstico. Para isso precisamos da cooperação e da assessoria técnica de organizações internacionais”, defendeu.
Freddy Tinajeros, representante da Bolívia, comentou sobre o controle da Doença de Chagas na Bolívia, “de 70 a 80% das pessoas não apresentam sintomas, porém, em 20 a 30% dos pacientes a Doença de Chagas progride para outros males”, comentou. De acordo com o médico, a Doença de Chagas tem maior prevalência na Bolívia e na Argentina e foram realizados estudos em zonas endêmicas como Santa Cruz de La Sierra e Camiri.
De acordo com Tinajeros, a prevalência de mulheres portadoras da Doença de Chagas foi de 20%, e os testes rápidos foram de extrema utilidade pública. “Os exames em recém-nascidos apresentaram resultados satisfatórios: nenhum bebê estava em estado clínico severo e apenas 26% apresentaram quadros leves”, finalizou.
Ana Flávia Pires, coordenadora do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais, órgão ligado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, fez um breve apanhado sobre o uso de testes rápidos para a HIV, Sífilis e Hepatites virais B e C, que são normatizados pelas portarias ministeriais e sobre o Telelab, cursos on-line com mais de 61 mil alunos cadastrados. Além disso, o Sistema Logístico de Laboratórios (SisLogLab) também foi abordado por Ana Flávia, que destacou o caminho burocrático que vai desde o Ministério da Saúde, passando pelos estados, cidades, secretarias até chegar às unidades de saúde. “Neste ano contabilizamos 13.786 unidades de saúde no Brasil que contam com os testes rápidos”, contou a médica.
Para Ana Flávia, falta ainda desmistificar o diagnóstico (ex: o do HIV), testar mais as populações-chave e levar o teste para quem não procura os serviços de saúde. Desse modo, a médica destacou o papel do Projeto Viva Melhor Sabendo, que existe desde o segundo semestre de 2013, voltado às populações-chave do HIV, além da importância do autoteste de fluido oral para HIV. “Os autotestes devem ser vendidos em farmácias, serem rápidos, terem preços acessíveis e qualidade superior”, concluiu.
(Com informações da Assessoria de Imprensa da CBDL – 21.9.16)